Thursday, September 27, 2007

HINO A SÃO DOMIGOS DO PRATA

Letra – Guiomar Garcia
Música – Anastácio Ubaldino Fernandes


São Domingos do Prata é teu nome
Por motivos já bem conhecidos:
Padroeiro de excelso renome
E argênteo rio em tempos já idos.

Em constante e renhida peleja
Que nem sempre o ideal conquistou,
Mais que nunca teu povo hoje almeja
Teu progresso que sempre sonhou.

Refrão: À cidade mui querida
Nosso preito de afeição
Seja aqui a nossa vida
De amor, paz e união.

Surge agora esperança fagueira,
Cresce novo e fecundo ideal.
Toda gente desperta ligeira
Confiante em seguro fanal.

Pratiano, a esta terra querida,
Dá teu braço, tua força e amor,
Teu trabalho em ânsia contida,
Que ela cresça em contínuo valor.

Monday, September 17, 2007

PARA MEU PAI



 É pai, já completei várias primaveras sem o senhor. Às vezes sinto-me muito egoísta pela saudade imensa que tenho, já pensei em até, sem saber o que me resta, em trocar um tempo de vida pelo direito de dar-lhe mais um abraço, mas este tipo de negociação não está disponível neste mercado chamado vida.

Cada fato que me acontece vem a lembrança do senhor, até algumas pequenas desavenças que tivemos, todas porque não tinha a compreensão da vida que hoje tenho, e certamente não teriam existido. Mas é sempre assim, depois que se tem filhos é que entendemos mais os nossos pais.

As minhas lembranças são como todas, algumas boas, outras nem tanto. Lembro-me que quando estudava no Colégio Interno em Itaúna e ficava quase um ano sem vê-lo, morria de saudades. Um dia o senhor telefonou de Monlevade para Itaúna (Prata não tinha telefone) e falou comigo, quase morri de alegria e depois chorei de saudades, como agora.

A infância simples até os dez anos sempre nos reservou o direito ao cinema nos domingos, filmes de Faroeste (Zorro, Durango Kid e até o Tarzan) e futebol à tarde no campo do Atlético; além do guaraná que era o vício das crianças da época. Acompanhava-o sempre junto com o time do Nacional, íamos até em carroceria de caminhão. O Nacional Esporte Clube era uma paixão para meu pai (que foi seu primeiro Presidente).

Em meio a todas estas lembranças fico a pensar como o senhor era democrata; um vascaíno que me deu uma camisa do Fluminense, nunca exigiu que pensássemos como ele ou seguíssemos suas preferências; isto nem eu consigo praticar, mesmo depois de ralar em faculdades e já ter passado dos cinqüenta; o senhor não, era uma democrata nato, não escolhia nada para os filhos, trazia dentro de si um inigualável respeito pelo próximo. Acompanhei o senhor em tudo porque quis, apenas tornei-me (eu e Vanderlei) atleticanos em Minas, porque o senhor (que era americano) levou-nos ao Estádio do Jacuí em Monlevade para ver o Atlético Mineiro dar de 8 na Seleção Monlevadense, época no Galo de Edgar, Benito, Haroldo, Alvinho, Amorim, Dino, William e Barbatana, e em João Monlevade, de jogadores como Miltinho, Carlinhos, Vacari, Caroço, Gigante, Afrânio e outros da áurea fase de Clubes como Metalúrgico, Belgominas e Vasquinho.

Quando éramos crianças o senhor tinha mania de nos beijar, esfregar a barba na gente. Sempre dava aquela olhadela pela porta de nosso quarto para ver se estávamos dormindo e à vezes permitia que a gente dormisse na cama com o senhor. Sempre protetor. Lembro-me das suas brincadeiras e eu me aproveitava para pedir coisas que queria, só para sentir que, apesar das traquinagens, você me amava e sempre me perdoava. E às vezes achava até graça!

Hoje, crescido, fruto maduro, imagino quantos filhos não sentem-se como eu. Isso me consola.

Não posso dizer que estou infeliz pai !

Apenas sinto saudades,  sua falta ao nosso lado, pois não há como ninguém invadir este lugar, onde sempre há de morar, assim poderemos continuar a ter:
Seu olhar...
Seu sorriso...
Seus gestos...
Mas não podemos reclamar, tivemos chances de ouvir palavras que só você sabia dizer e por isto vemos no seu retrato uma luz que ilumina o nosso quarto, enquanto o senhor espiritualmente constrói nosso novo caminho para um dia estarmos todos juntinhos.

Um abraço,


Friday, September 14, 2007