Friday, August 31, 2012

CASOS & CAUSOS

Águada Boa

    Há alguns anos, estávamos no Bar do Tito, época de calor, esperando a hora de tomar uma cerveja. Conversa vai, conversa vem, " Ziziu da Vargem Linda"  chega, assenta-se em um tamborete, pede uma cerveja, um tira-gosto, acende um cigarrinho e fica ali curtindo o entardecer. Pouco depois chega o nosso amigo Izaú. Ele senta-se em um balcão perto da gente e como se sabe, era uma pessoa alegre, jocoso, fazedor de negócios;  enfim, uma pessoa animada.
    Izaú estava pensando em vender um pequeno sítio ou uma chácara e oferece para um de nós. Ziziu tá lá perto ouvindo... Izaú começa a desfiar as qualidades da pequena área de terra(s), parece-me que nos Gomes: 
"O terreno é uma baixada só; tem uma aguada boa, clarinha, só cê vendo"...
    E o interessado na compra do terreno ouvindo atentamente as vantagens do sítio.
    Izaú repete que a "aguada é boa; oh!... água clarinha e muita..."
    Ziziu seriamente entra no assunto:

 "Cê bobo Izaú, no dia que eu levantá com uma  ressaca braba daquelas que eu costumo ter, bebo aquela água sua toda..."

A LITURGIA DOS CARGOS

    Existem certas funções e atividades na vida que devem ser exercidas por vocação. Nelas se enquadram o Sacerdote, o Pastor, o Delegado de Polícia, o Juiz de Direito, o Juiz de Paz, o Prefeito, o Governador, o Presidente do país, os Parlamentares e algumas outras das quais sempre se espera a maturidade e o equilíbrio .

Na verdade o título nos faz questionar o que está acontecendo com a sociedade que “joga os seus policiais aos leões”, valorizando os criminosos e pedindo punição àqueles que estão justamente cumprindo a lei e defendendo os inocentes da criminalidade.

    No exercício destas missões há que se preservar as virtudes e servir como modelo de cidadania. Algumas atividades interagem diretamente com o ser humano, sendo  necessário o exercício da capacidade de ouvir e de lidar com o sentimento alheio.


    Sabendo-se que são funções das quais se espera bons exemplos e que servem como "referência" para o comportamento social, carregam consigo a grande responsabilidade da liturgia e da representatividade da função.


 Hoje as redes sociais tem sido usadas de forma abusiva, o que de certa forma expõe o caráter de seus usuários, e, posso estar enganado mas as pessoas em sua maioria tem comportamento conservador e prezam o uso do bom vocabulário, sem exagero de palavrões.

    O respeito a alguém delineia-se primeiro pela educação, pela posição do outro e pela idade. Não concordo com xingamentos ofensivos feitos a Prefeitos, Governadores e Presidente da República. Se desejamos um país democrático não se deve confundir adversários com inimigos e nem fazer uso da deselegância. Perde-se a razão quando o anonimato é usado para ofensas, escárnio ou humilhações, através de palavrões.


     Ser defensor da ética, da lisura, da educação é obrigação de todo cidadão, por isso não faço idolatria de seres humanos, porque onde estiver o homem estará a possibilidade de equivoco. Então, não tenho compromisso com nenhum partido político ou com nenhum líder político, tenho sim com o que cabe em minha consciência, em meu caráter, em minha formação e portanto; confesso-me avesso a ideias excessivamente progressistas que consideram tudo normal, que tudo pode, que não tem conteúdo disciplinar, hierárquico, bem como acho que todo erro deve ter a sua punição de conformidade com a lesão sofrida pelo outro e pela sociedade.



     Político deve ser educado e elegante  pois tem procuração para  representar uma comunidade. Vamos refletir, oposição se faz  no campo das ideias, de novas propostas e pelo bom exemplo.


    Quem fala pouco erra menos, por isso precisamos pensar muito para falar, quem fala pouco,  tende a errar menos, expressamos nossos pensamentos  pelas atitudes e comportamento quando não se está sob vigilância, uma vez que quem que se colocou a serviço do seu povo, deve  entender que é dono do que pensa, mas escravo do que fala.

      No contexto político-administrativo outros aspectos fazem parte desta liturgia, como tomar medidas necessárias e até impopulares se preciso for, pois o trato com a coisa pública é algo muito sério

    Necessário ser gestor eficiente, não apenas político, compreender que administrar é saber como gastar, daí a importância da honestidade e da competência.


    Ser do bem
, livre de  demagogia e não deixar-se envolver em corrupção de natureza alguma.

    Uma comunidade  É MUITO MAIOR DO QUE A VAIDADE DE SEUS POLÍTICOS.


MUITAS DENOMINAÇÕES... VÁRIOS MOTIVOS... DIVERSAS HISTÓRIAS


  • CABO VERDE
  • MORRO DA SELA
  • CACHOEIRA DO SÔ DUDU
  • MORRO DO PIÃO
  • BARRA DO BANANAL
  • SERRA DO ZÉ PEREIRA
  • RETA
  • AREIÃO
  • MORRO DO CAFÉ
  • VOLTA DO BAIANO
  • BURACO
  • BAIXADA DO SÔ LEANDRO
  • CÓRREGO SÃO DOMINGOS
  • PONTE DA CEBOLA
  • TOCOS
  • SERRA DO MACUCO
  • SURRÃO
  • MUMBAÇA
  • CANTAGALO
  • ALEMÃO
  • ESPERANÇA
  • CARVÃO
  • TAPERA
  • PALMITAL
  • TERRA PRETA
  • COBRAS
  • QUARESMA
  • AMORAS


obs.: a intenção é pesquisar o por quê da denominação, claro, se ela não for tão evidente. Sempre haverá uma história para justificar.

FILOSOFANDO

Saudades é o preço que se paga pela felicidade.

MAIOR POBREZA

Não existe nada mais próximo da imbecilidade do que a pobreza de espírito.

VERDADE

Não se constrói a verdade dançando ao som da mentira.

FILOSOFIA

Nem todo José  tem sua Maria.

PURIFICAÇÃO

Escrevo para tirar "incômodo".

A HISTÓRIA

Os dentes do tempo são afiados. Se não registrarmos a história eles irão triturá-la, reduzindo-a a apenas uma nuvem de pó na curva da estrada da vida.

CASOS & CAUSOS

Prisão Revogada

    Zé Pintinho foi além de músico, Delegado de Polícia no Prata (nomenclatura de Delegado Municipal).

    Uma noite alguns adolescentes faziam umas brincadeiras na Praça da Matriz, o que se tornou um pouco incômodo e atraiu a atenção de nosso zeloso Xerife. Ele, ansioso por fazer cumprir a lei, chegou firme e sério, e ao primeiro que encontrou, disse:
-"Teje preso".

    O jovem, assustado então lhe disse:

* "Sô Zé, sou filho de doutor ..."

- "Então teje solto", emendou o nosso Xerife Wyatt Earp do Condado Pratiano.


Duvidou? Quem me contou foi o Ronio (filho do Zé Pintinho).

CASOS & CAUSOS

A PRAGA DA CIGANA


    Em nossa Vila de Santa Rita chegaram uns ciganos. Acamparam. Os moradores ressabiados, ficaram de longe, tenteando. No outro dia uma cigana sai pela rua e bate numa casa, o Naninho (hoje mototaxista ou motoboy) que não era lá um rapaz tão alto, põe a cabeça por cima da cancela entremeada à porta,   para atender:
_ Oh menino me arranja um pouco de fubá pra fazer mingau para as crianças !  Pede a cigana.
* Não tem ninguém em casa dona, responde o menino.
    A cigana parte para a casa ao lado, que era da avó do Naninho. O menino passa pelos fundos (as casas se comunicavam) e quando a cigana chama, ele atende novamente e diz que não tem ninguém em casa.
    A cigana julgando ser má vontade, diz:
    _ Menino, vou te rogar uma praga, quando você fizer dezesseis anos você vai morrer!...
    Ao que ele na lata respondeu:
* "Dona, a senhora quebrou a cara, eu já tenho quase dezoito!..."

Thursday, August 30, 2012

OS DOIS LADOS

Todos nós temos o lado bom e o ruim, ao primeiro alimente sempre;  quanto ao segundo,  deixe-o passar fome.

ROBIN HOOD

Ainda que se roube dos ricos para dar aos pobres comete-se uma ilegalidade, pois o que importa não é a finalidade e sim a origem.

INTERPRETAÇÃO DA LEI

A afirmação de inexistência provas contra  si,  não deve servir como argumentação de presunção de inocência.

FILHOS

Não tenho nenhuma sombra de dúvida em afirmar que os filhos são todos iguais para os pais. Apenas cada um, separadamente, requer um tipo de cuidado diferente.

PROTEÇÃO

Toda mãe quer levar o filho para casa.

EXEMPLO

Não permita que haja um hiato entre o que prega e o que prática. 

EFEMERIDADE

Amar é dar ao passageiro  a densidade do eterno.

DINHEIRO

O dinheiro é a única medida que nunca se completa.

CONQUISTA DIÁRIA

Equilíbrio e maturidade são conquistas do dia a dia.

RECONCILIAÇÃO

Todo homem deve ter o direito de, cumprida a sua pena, reconciliar-se com a sociedade.

REALIDADE

Não anseie  apenas  pelos aplausos, as vaias também fazem parte da vida.

CASOS, CAUSOS & ACASOS

CIÚME DE HOMEM

   Joaquim e Raimundo são dois conterrâneos que conheci. Vizinhos, homens trabalhadores, compadres, mas de vez em quando rolava um "ciuminho", entre eles. Os antigos diziam que ciúme de homem é um troço difícil de administrar. Jesus tem poder!...

    Pois bem, o Joaquim estava reformando a sua casa, dando uma melhorada no visual. O Raimundo passou por lá e viu a melhoria. Logo chegou em casa e contou para "Figênia", sua mulher. Então, resolveram também fazer uma reforma na casa deles. Raimundo achou melhor tirar uma parede que dividia a copa com a sala de visitas; e assim, ter uma sala bem maior que a atual, ficava melhor para reunir a família. Feita a modificação, obra quase concluída, passou por lá o Joaquim, que a convite do amigo foi ver a obra concluída. Observou bem, olhou para cima, para o chão e falou: 

"Óh compadre, que sala boa para a gente fazer um velório hein?!"

CASOS & CAUSOS

O CASO DAS DENTADURAS

Na década de 40 o Prata era um Município grande, inclusive Dionísio, Goiabal, Marlieria e Jaguaraçu ainda pertenciam ao Prata (eram distritos). Então era comum que as pessoas destes Distritos viessem à Sede do Município, à  Prefeitura, aos Cartórios, Fórum e lojas.
Meu pai, filho de barbeiro, já havia aprendido o ofício e tinha seu pequeno salão.
O Sô Bené da Baixada tinha um sítio na região, parece-me que no Goiabal. Veio ele à  Sede do Município para resolver  negócios e afazeres pessoais. Ele era um homem baixo, sempre de chapéu, bigode aparado, voz agradável  de timbre forte. Na sua vinda ao Prata, resolve ele adentrar à barbearia do meu pai,  a quem  já conhecia.
- Olá Sô Nô!
* Oh Bené, tudo bem?
- É Sô Nô,  tô querendo dá uma aparada na crina e raspar a barbicha.
Meu pai acomodou-o na cadeira, e inicia os preparativos, percebendo que ele estava meio desassossegado , pergunta:
* Sô Bené,  tá acontecendo alguma coisa?
- É Sô Nô,  tô com a boca meio ferida, incomodando um pouco ...
* Uai! O que aconteceu ? pergunta meu pai.
- " O Sô sabe,  a gente fica véio,  perde os dentes, fica difícil para comé um pedaço de rapadura, um torresmo, minduim nem se fala. Falaram pra minha muié que lá no  Monlevade tinha um moço que ponhava  uns dentes na gente, uma tal de dentadura. A muié zangou de ir procurar esse dotô da boca. Custou prá achá, mas achou, um tal dotô Olandi. Ele mexeu, virô, fez uns exames, mediu e marcou  prá coloca a tal bichona na boca dela. A muié veio prá casa toda alegre,  pensando nos dentes novos. Dias depois ela voltô no Monlevade e já revoltô  prá casa com a bichona na boca, toda felizarda...  Mas aí a muié pôs na cachola que eu também devia por os tais dentes emprestado.  O Sô sabe, muié  quando insenga que é dona da gente sai fora. Fui eu pro Monlevade atrás do tal dotô. Ele fez o mesmo que fez com minha muié; a diferença Sô Nô é que ele pôs nela, e não doeu; pôs ni mim e doeu prá daná!...
E por isso que tô aqui incomodado, com a boca ferida.
Não é um ministério um troço desse?"
* É Sô Bené, paciência, com o tempo o Senhor acostuma.
O Bené levantou-se, pagou  pelo serviço e diz ao meu pai:
" Pois é Sô Nô, foi um feliz prazer ver o Senhor, quando for lá pros lados da  Goiaba toma um café comigo na minha humilde casebre choupana.     

CASOS & CAUSOS

COLHEITA RÁPIDA

João Gato trabalhava na loja de Duvalzinho há alguns anos. Uma manhã,  o João está abrindo a loja, e Duvalzinho, como sempre fazia, jogando água na rua em frente  para diminuir a poeira.
Eis que passa o Biica, passos largos, resoluto, cabeça erguida e diz:
- Oh João Gato tudo tinindo?
* Oh, Biica tudo legal no Goiabal!
O Biica estava com uma réstia de alho nas mãos e o João pergunta:
*O que é isso Biica?
- É alho Gato. É pra vender... quer comprar?
* Ah é? De onde é?
- Da baixada do Julião, plantei lá!...
* Quando que você plantou?
- Onte João,  plantei onte!...  

Wednesday, August 29, 2012

UMA ANTIGA MANHÃ NO PRATA

O dia clareou. Nívio e Zé Rolla estão descendo de jeep para abrir o Posto Esso.


Nonô Juscelino põe o caminhão pra funcionar e deixa em "lenta" para esquentar o motor. 

Da. Alda já está cuidando da horta. 

Carlito e Sô Juquita estão abrindo as portas de suas vendas, e o Sô João Elias está varrendo o passeio de "sua porta".


Sô Orozimbo já está descendo para o Correio, seu trabalho diário.


Mais a frente, Sô Zé Aloísio e o filho Santos ajeitam as madeiras do estoque para iniciar o trabalho. 

Nozito, pai de Elias, pedreiro antigo de nossa Prefeitura, já está a caminho da luta diária, que faz de sua profissão uma arte de servir bem.

Sô Sócrates ( a virtude do saber), boné na cabeça, com seu andar cadenciado, uma pequena sacola na mão, imagino sejam ferramentas para a lida diária de encanador hidráulico.

Sô Juquinha Miranda, chamado pelo meu pai por "Chantelé" (seria uma variação de chanceler ?), coloca os bancos no passeio. Biica e Tupipa neles já se acomodaram.

Sô Juca de D. Quita na varandinha de sua casa curte a justa aposentadoria. 

João Tôco já foi trabalhar, mesmo de ressaca, "Tôco ferrô. Ferrô, ferraste " ou " tudo legal no Goiabal ? ", era a sua fala quando meio chamuscado.

O Sô Arcanjo Duarte já está descendo com a sacola na mão. Certamente irá saltar as águas do caudaloso Lava-Pés para ir em busca de um pedaço de carne muciça no Açougue de Sô Marinho Perdigão.

Sô Duval, com a calma de sempre, abre a loja, contrastando com a afobação de Sô Zé Isquerado.

Edgar e seus companheiros colocam alfinetes nos moldes dos paletós em confecção.

Alunos aglomeram-se na frente do "Marques Afonso", aguardando o sino tocar para a entrada triunfal em busca do saber.

A Farmácia Popular de Sô Nilo Barbosa abre as portas e Dr. Matheus adentra pelo hospital para visitar seus pacientes.

Nesta altura, "Violeta", uma das mulas que carrega terra (na carroça basculante) do desaterro onde era o casarão do Dr. Edelberto e joga do outro lado da rua, já dera vinte e duas viagens de travessia.

Sô Quito Horta e Sô Felipe Semião já estão a postos para um novo dia.

A venda de Nô Lima já aberta, tem café com Quitanda, doce e geleia de pé de porco.

Sô Geraldo Rosa se encaminha para cuidar do serviço de água da Prefeitura.

Félix de Castro acaba de passar de rural, sempre apressado.

Juca Rolla na varanda de sua casa espia a rua.

Os primeiros clientes chegam a loja "Viúva Mendes & Filhos"

e lá estão Sô Niquinho , Titino, Doca e Marinho, a postos.

Da. Ita e Sô Zé Pereira já serviam o café da manhã no Hotel.

Mais a frente, Manassés e Zé Braga conversam no passeio, e Zé Pintinho já está soldando na sua oficina.

Tatão e Joãozinho de Zé Teófilo passam trazendo "boi" e "porco" retalhado para o açougue.

E na Cooperativa a chegada das primeiras carroças, charretes e caminhões de leite garantem que o dia já começou. 

CASOS & CAUSOS

Rivalidade Esportiva

   O Prata    é uma cidade pequena como tantas outras. Houve uma época em que a população adorava o futebol. Os domingos  eram de muita festa e preparação para os jogos do campeonato regional.

   Na cidade haviam  dois clubes e a rivalidade era brava. Quando havia a disputa local,  sempre ocorria algum desentendimento. A paixão pelo clube do coração costuma inibir o bom senso e o discernimento, foi o que aconteceu com Carlos  Banico e Zé  da  Costa em um jogo dos dois times da Cidade.

   Durante o jogo, no calor dos nervos, discutiram e o Carlos chegou a falar: 

"Eu te mato!...", ao que o Zé da Costa  (que era filho do Coveiro da Cidade) respondeu ironicamente:
_"Mata sim, papai tá com o braço doendo de tanto  enterrar defunto que você matou!..."

Aí a briga virou zoação geral.

Duvidou : Por favor, não briguem comigo, vendo pelo mesmo preço que comprei.

Tuesday, August 28, 2012

CASOS E CAUSOS

COCÔ DE CACHORRO

Domingo de manhã, perto da Igreja Matriz, Zé Barbudinho e Nô Barbeiro aguardam "a missa entrar( é como falava-se)",  na porta principal, conversando. Passa por eles o Quiquito das Palmeiras e procura um lugar nos bancos da também recém-inaugurada Igreja.
O Barbudinho diz para o Nô:
_ Repare que não ficará  ninguém perto do Quiquito durante a missa.
_Que isso ? diz o Nô; você trabalha no telégrafo do Correio, não é adivinho nem macumbeiro.
_ Uai Nô,  a gente aposta uma cerveja para depois da missa.
_ Tá feito! Nós gostamos mesmo.
Daí a pouco começa a sair gente de perto do Quiquito, não ficando ninguém em pouco tempo.
O Nô Barbeiro então fala para o Barbudinho: "Como é que você sabia?"
_ É simples, o Quiquito quando atravessou o adro da Igreja pisou no cocô de cachorro, não viu e foi direto para a Igreja. Quem é que vai aguentar?...

CASOS & CAUSOS

A Banana e o Voto


   Eleições de 1982, o Zé Barbudinho resolve candidatar-se a Vereador. Aposentado dos Correios, goleiro da camisa vinho de grandes jornadas  no Atlético Pratiano, músico e colaborador de Banda Santa Cecília junto com o Sô Pelágio Domingues, por anos a fio.
   Arregaça as mangas e vai a caça dos votos.
   Uma manhã segue ele em direção ao povoado do Barro Branco e bate na casa de um compadre seu,   um possível voto a angariar. Tomaram café, degustaram uma broa caseira, bateram um papo, o Zé Barbudinho pede o voto do compadre e dos demais familiares,  recebendo o mais sincero, merecido e imediato apoio. Preparando-se para se despedir, saem da cozinha em direção à sala e o candidato reafirma: "Pois é, compadre, conto com você!..."
   "Não se preocupe, fique tranquilo", responde o outro.
   Só que na parede do final do corredor havia um espelho, e o Barbudinho, viu por ele, uma bruta "banana" mostrada pelo compadre às suas costas!...

   Cês sabem como é Perdigão do Prata, ficou uma arara...

   Duvidou: Pergunte ao próprio, pois foi ele mesmo que me contou.

Monday, August 27, 2012


SILENCIO

Só fale se for melhorar o silêncio.

PROFESSOR

A missão de quem ensina é provocar a inteligência, a pesquisa, a curiosidade e até o fascínio.

EDUCAÇÃO

Educar é ensinar o outro a viver.

FRACASSO

O erro provoca o pensamento.

MAR

O mar pode ser perigoso mas nele é que se reflete o céu.

OUSADIA

Seja ousado, pense.

SONHO

Sonho que não é realizável é pura tolice.

CERTEZA

Cuidado com as grandes certezas. Duvidar faz pensar.

OUVIR

Ninguém quer escutar, todos querem falar.

DEUS

A beleza é a sombra de Deus no Mundo.

INTELIGENCIA

Com o tempo a gente se cansa do pouco inteligente e só deseja responder a perguntas que nunca foram feitas.

CASOS & CAUSOS

DÍVIDA PENDENTE

Em 1968, trabalhávamos na Metisa, fábrica de arame farpado no Bairro Boa Vista, onde hoje é o Café da Fazenda.
Uma tarde recebemos visitas de Belo Horizonte, da Diretoria e alguns funcionários do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais. O gerente da fábrica pediu-me que manda-se buscar uns refrigerantes e umas empadinhas com Zé do Bar (no Bar Semião). Pois bem, chamei um motorista que tinha o apelido de "Anthony Barnard" um camarada bem humorado e brincalhão, e pedi que fosse ao Bar Semião para buscar o lanche.
Ele imediatamente pediu-me que mandasse outro, porque ele não poderia. Indaguei o motivo, e ele me disse que era inimigo de Zé do Bar. Retruquei, mas como o Zé do Bar é uma pessoa boa, agradável, educado, o que foi que aconteceu?
E, ele quase no meu ouvido, falou:
"Não tô combinando com ele!..."
Mas, por que?
"É que, é que tô devendo ele."
Não tive alternativa , dispensei-o da tarefa e pedi a outro que fizesse o serviço.
Lá no meu íntimo, matutei...Ele arrumou uma boa forma de não pagar a conta,"ficou de mal do credor". Só no Prata mesmo!...

Duvidou? Pergunte ao Carlos Banico.   

CASOS & CAUSOS

O TOURO SENTADO

Princípio da década de 60, domingo à tarde, campo do Nacional, Sol de rachar mamona , estão jogando os cascudos do Nacional X  Metalúrgico de João Monlevade. O que a gente chamava de preliminar.
Jogavam pelo Nacional o Canjinho(de Sô Arcanjo), Cascalho, Alfredo Durães, Tabelado, Manga Larga, Bereco, Humberto Trovão, Peixinho, Dito da Farmácia e outros.
No princípio do segundo tempo o Capitão do Nacional pede ao árbitro para parar o jogo porque o João Fregela estava reclamando dores. Pedido atendido, O Bereco e o Dito vão atender ao lateral direito Fregela( que depois levaria o apelido de Touro Sentado).
O Bereco, companheiro de zaga do Fregela então explicou  ao juiz que em todo jogo depois de um certo tempo tinham que parar para por o joelho do Fregela no lugar. Eles já tinha a "manha" de como fazer isso.
O juiz espantou-se e ficou assustado ao ver que era verdade e o jogador continuou normalmente a atuar.
Então, comentou ao final:
"Só no Prata!..."

Duvidou?: Perguntem ao "Bereco" da Caixa.   

CASOS & CAUSOS

FESTIVAL DE ABÓBORA

Raimundo e Joaquim eram compadres, vizinhos de sítio, os filhos amigos, mas rolava um "ciumizinho", ou "inveja" entre eles. E dizem os antigos, que não há nada pior que ciúme de homem.
Um domingo o Raimundo foi visitar o compadre Joaquim. O Joaquim tinha uma imensa criação de porcos e também um abobral de causar inveja. Como havia colhido abóbora a dar com os burros, a mulher do Joaquim para não perdê-las, fez abóbora no almoço, doce de abóbora, suco de abóbora, aproveitou a abóbora em tudo que fosse possível. Evidentemente que o visitante ficou enjoado com tanta abóbora; e ao sair, distraidamente comentou que abóbora na casa dele, ele dava para os porcos.
Ao que o Joaquim no ato, redarguiu:
"Aqui também!..."
  

CASOS E CAUSOS

O SOGRO PÃO DURO

O rapaz pegava sua Monark aos finais de semana para ir namorar.
A moça morava na estrada da Vargem Linda, quase beira estrada.
O domingo amanheceu sem Sol, e ele ficou pensativo: "Será que vai chover?..." planejou esperar até depois do almoço para ver o que São Pedro ia fazer com referência ao tempo.
Lá pelas 13h embicou a bicicleta e foi ver a namorada.
O pai da namorada era bastante "sovina", daqueles de arrepiar. Namorou a tarde toda, nem um café, nem um biscoito, só água.
A noite foi entrando, o tempo foi fechando e a chuva desenrolando ladeira.
Aí,  beirando às 8 da noite, o pai que se deitava cedo, chamou a filha e falou com ela para arrumar a cama do rapaz, porque a chuva aumentara, e que também levasse uma bacia com "água esquentada" para ele lavar os pés (este costume é antigo, principalmente na zona rural). A moça atendeu a ordem do pai, arrumou a cama, aqueceu a água e levou para o rapaz, que timidamente tirou o vulcabraz dos pés e em seguida as meias, mas antes de enfiar os pés na bacia, perguntou para a namorada:
"Figênia, será que lavar os pés com a barriga vazia não faz mal não?..."

CASOS & CAUSOS

A RESSURREIÇÃO DE VALINHO

A barbearia do meu pai era local para tudo política, futebol, além de um baralho ou jogo de damas para amenizar a espera pelo "desfazer" da barba ou do cabelo.
O Valinho pai do Zé Guido e do Nica, à  época vendia loteria (não havia casa lotérica)  e ficava por ali na Praça e Hospital. Após o almoço costumava recostar na cadeira de barbeiro de meu pai e tirar um cochilo. Meu tio Jair Pinguela, um gozador inveterado, resolveu fazer uma brincadeira com o Valinho. Auxiliado por um enfermeiro que havia no Hospital, chamado Domingos, pegou um pano branco (aquele que o barbeiro póe no cliente para cortar o cabelo) e cobriu o Valinho deitado na cadeira; nos braços da cadeira puseram uma vela acesa de cada lado, a nós que estávamos na barbearia pediram silêncio absoluto, encostaram as duas portas para o ambiente ficar escuro e iniciaram a oração da encomendação:

"Recebei Senhor em tua morada no Céu, a alma deste vosso servo que partiu desta vida e segue ao encontro de Ti !..."

O Valinho acordou e deu um pulo de susto; e o Domingos que era muito festivo gritou: "Alivanta Valinho, eu te ordeno, a tua fé te salvou !..."        

CASOS & CAUSOS

NOSSO DIA DE FAMA

Ano de 1964, Os Beatles explodiam no mundo. Loucura total na juventude pelos rapazes de Liverpool.
Estávamos na 4º série ginasial, ano de formatura, precisando angariar um dinheiro para a festa, a turma resolve  fazer uma noite de artes no CLUBE RECREATIVO PRATIANO (onde hoje está o consultório do Dr. Alexandre). O Derly de Vicente Deró, conhecedor profundo de música, resolveu que nós iríamos dublar os "Beatles". Na época, jovens e cabeludos, puxamos o cabelo para frente à moda beatlemaníaca e fomos a luta.
Aroldo de Tó, Palmyos Gomes, Derly e eu. Ensaiamos dublar    "I want to hold your hand" e "She loves you".
Mandamos ver. O pau quebrou na casa da Sinhá nesta noite, houve "twist", esquetes e muita alegria.
No outro dia do evento,  o "Tubia" encontra comigo na rua  e  me diz:
"Sabe Petrônio, já ouvi aquelas músicas no rádio e não sabia que eram vocês que cantavam!...
Concordei e tirei onda de artista por uns dias...  

CASOS & CAUSOS

DUPLA DA PESADA

Nos idos de 1967,1968, no Prata o futebol era o domingo da rapaziada. Naquela época os times tinham seus reservas,  (suplentes) também chamado "cascudão". As preliminares começavam às 14h debaixo de um baita sol. No time do Nacional a zaga do "Cascudo" era João Gato e Humberto Trovão.
Um dia, jogando parece-me com o Comercial de Nova Era, a botina comia solta. Eu estava assistindo ao jogo perto de uma turma de fora, quando um senhor mais velho, "raposa velha" em futebol, gritou para um rapaz que jogava no Comercial, parece-me que sobrinho dele:
"Oh meu filho! Cuidado com estes dois beques eles jogam pesado,  podem te machucar"
Eu,  de lado, ouvi aquilo e falei: "Calma, moço não é tanto assim."
"Não?... " questionou  ele.
"Um é 'Necrotério' e o outro é 'Cemitério'. Um começa o serviço e o outro termina!..."
Não pude deixar de rir da ironia inteligente.
E não é que a dupla levou o apelido: "João Gato e Humberto Trovão." era igual a "Necrotério e Cemitério".

Duvidou? perguntem ao Joaquim Cascalho.

Sunday, August 26, 2012









Saturday, August 25, 2012



DIVERSAS

"Não importa se está quente demais, ou se o frio está insuportável.
Não interessa se você está no campo ou na cidade.

Não ligue se você está no trânsito ou em casa...
Não se irrite se o sol nasceu hoje ou está muito nublado.

Todos os dias a vida dá a você novas portas e janelas que podem ser abertas. Ela dá todas as fichas para você gastar em um dia apostando em novos caminhos, novos rumos, novas estradas...

Só porque o céu parece estar mais escuro hoje, não significa dizer que você não possa acender a luz do seu interior.

Friday, August 24, 2012


CASOS & CAUSOS

NO FÓRUM

A Secretaria  protocola  uma petição dirigida A (O)  (ESSE)(LENTÍSSIMO)  SENHOR  JUIZ;  o magistrado ao recebê-la fica atordoado e questiona o excelentíssimo escrito esselentíssimo. Passado uns dias, vendo o advogado na Secretaria do Fórum convida-o a seu gabinete e interpela-o sobre o grave erro de português na "petição inicial", o advogado, calmamente, explica-se: 

"Não, Doutor, a petição está dirigida corretamente : A ESSE LENTÍSSIMO JUIZ".



CASOS & CAUSOS

DESCRIÇÃO DE DIVISAS

      Antes devo pedir desculpas a quem achar de mau alvitre o pequeno texto; porém trata-se de uma transcrição literal feita por um Juiz de Paz, de um acordo de divisas entre vários posseiros e proprietários em Ilhéus do Prata; considerando o nome pelo qual as propriedades e locais eram popularmente conhecidos: "... a divisa pega no 'pau de Mané Campista', passa pelo 'rego de Vicente Bispo', segue pela lombada, atravessa a 'grota da Dona Catarina' e enfia pela 'Mata cabeluda de Rita... (prossegue a descrição)."

CASOS & CAUSOS

O MOITA E O CACHORRO

      O Antônio Moita era um sujeito meio "desacorçoado".  Uma manhã,  na praça da Matriz, não se sabe por qual motivo, um cachorro avançou e deu-lhe uma mordida na pena. Ele ficou bravo e jurou vingança contra o cachorro, como se ele fosse uma pessoa. Voltou para casa revoltado. 
      Pois bem, no outro dia o "Moita" vem para o Centro da Cidade e acha o cachorro dormindo na Praça; pega uma pedra e senta na cabeça do cachorro e acrescenta em tom vingativo: "Ah danado, tomou? Quem tem inimigo perigoso não dorme no passeio!.."



CASOS & CAUSOS

 O FUTEBOL EM PAUTA

As barbearias do Prata eram futebol em três turnos. A de "Formiga"  não fugia do tema. Um dia estavam  lá conversando sobre os goleiros do Prata, os mais velhos diziam que o Nívio Rolla e o Barbudinho tinham sido goleiros do Atlético,  e depois lembraram meu tio Jadir, Moreira, Pula N'água e outros. Neste, momento entrou o Fizinho, e então um dos presentes diz:
"Tá chegando aí um grande goleiro!"
O Fizinho disfarça e diz "Sem falsa modéstia já fechei o gol jogando pelo Nacional,  algumas  vezes..."
E o Formiga, batendo a tesoura no pente, arremata:
"É verdade, teve uma vez que você jogou contra o meu time  " O Independente",  e olha,  eu suei para fazer 12 gols nocê naquele jogo!..."
Zoação geral...

Duvidou ? - Tem razão,  o Formiga sempre foi  um emérito gozador.

CASOS & CAUSOS

CHITA (irmão do Edil Patrício ) E O CIGARRO

Ele chegava de leve, às vezes com seu óculos Ray Ban,   já vinha com a história decorada. Quando o via, eu já dizia:
- Oh meu amigo Ronaldo César ( protagonista do famoso caso policial da Aida Cury  e que usava óculos Ray Ban )  você anda sumido.
* É Petrônio eu tava em Ponte Nova.
- E o que você está aprontando por lá?
* Estive batendo uma bola no Pontenovense, treinando...
- E então?
* Fui treinar lá, você sabe jogo pela ponta esquerda , na primeira jogada, veio uma bola na altura da minha cabeça, dei um toque nela pra cima, ela caiu no meu ombro  direito, dei outro toque e quando ela veio caindo,  matei na coxa esquerda ( como o Marcinho de Sô Inhô  Gomes fazia) e sem deixar cair, fuzilei um petardo ao jeito do Rubens Chaffir, e a bola entrou lá na gaveta...
Os homens do time ficaram doidos...
E aí Petrônio?... tem um cigarrinho aí?.... 

Duvidou ? - Pergunte ao  Mauro Fu de Banico.


CARÊNCIA

Estou  carente de abraços apertados, de beijos suaves, de ouvir batimentos acelerados de um coração. Eu estou carente de ouvir um "você é especial" ou um "eu gosto de você" que valha mais que muito "eu te amo" por aí. Eu continuo carente de promessas que podem ser cumpridas, de planos que podem ser concretizados. Carente de tirar os pés do chão sem perder totalmente a razão,  de sorrisos abertos, e mais que isso, de sorrisos sinceros e também de  olhares marcantes. Às vezes carente de mãos estendidas,  seguidas de um "Pode contar comigo. Vai ficar tudo bem". Permaneço carente de sessões de filme, com direito a cafuné e um carinho bom, de andar de mãos dadas, sem pensar em nada e no que vão dizer.  Carente de apelidos fofos, ainda que toscos,  e mais ainda,  de  dançar na chuva, de pisar na areia e cantar junto uma canção,  violão e voz, formando dueto em meio à madrugada,  


Thursday, August 23, 2012

CASOS & CAUSOS
ANTÔNIO MOITA

Núncio de Expedito Sô Leandro estava sentado em uma mesa no Bar Semião. Chega o "Antônio Moita" e pede para ele pagar-lhe uma pinga; o Núncio reluta porque o Moitão já tava bem chapado; por fim cede, e paga a pinga. Pouco depois, vem o "Moitão" querendo outra cachaça; não consegue, e meio bravo entende de sair para a rua, meio doido, sem olhar e chingando, e aí tromba na lateral de um ônibus que estava estacionando na frente de Bar, e estatela no chão com a testa sangrando.
O motorista desce apavorado e vai socorrê-lo; o atropelado olha para ele e diz:
"Cê tá doido Sô, que matá Moitião ? "


No outro dia lá estava o Antônio Moita no Bar Semião a filar as suas pingas e bão do côco.
OPINIÃO DE UMA JORNAL DE ITABIRA, EM 1890, SOBRE A EMANCIPAÇÃO DE SÃO DOMINGOS DO PRATA.

ARTIGO PUBLICADO NO SEMANÁRIO “O TEMPO”, DA CIDADE DE ITABIRA, DEPOIS PRESIDENTE VARGAS E NOVAMENTE ITABIRA, EM 09 DE MARÇO DE 1890, PRECISAMENTE SEIS MESES ANTES DA EXPEDIÇÃO DO DECRERTO Nº 90, DE 09 DE SETEMBRO DO MESMO ANO, CRIANDO O FORO CIVIL DE SÃO DOMINGOS DO PRATA.

ARTIGO RETRANSCRITO PELO JORNAL ‘A VOZ DO PRATA’ , EDIÇÃO DE 16 DE JULHO DE 1944.

“Soubemos que a opulenta, populosa e florescente freguezia de São Domingos do Prata pretende os foros de Cidade e a constituição de um município do qual seja a sede.
São louváveis e dignos de atenção os desejos dos habitantes da mesma freguezia, rica pelo seu comercio, rica pela sua agricultura, e rica pela sua população laboriosa, inteligente e honrada.
Sympatico a essa pretensão que deseja ver coroada de bom êxito, “O TEMPO” pede permissão para aventurar algumas considerações à respeito.
Pertencente ao antigo, tradicional e prospero município de Santa Barbara, que se compõe de 10 freguezias, das quais a maior parte cheias de animação e de elementos de progresso, a freguezia do Prata pode se emancipar da tutela de Santa Barbara e compor um município futuroso se lhe forem agregadas as freguezias de S. Miguel do Piracicaba e Vargem Alegre, desmembrada esta do município de Mariana que é enorme.
Compor-se-há o novo município, sem que fiquem extenuados os que devem lhe emprestar sangue e seiva.
S. Miguel demora á oito léguas de distancia do Prata e Vargem Alegre cinco, sendo excellentes as estradas que comunicam estes pontos e estreitas as relações de comercio entre os mesmos.
Acresce que o Prata se liga a Vargem Alegre e com esta à Saúde, ponto terminal da linha férrea da Leopoldina, que vem despertando, com o sibilo das locomotivas as Industrias em todas as suas variadas manifestações.
Se o fato de receber de prompto o novo município os elementos de vida e progresso, que sabem desenvolver e animar as linhas de ferro, é bastante para que o Governo do Estado consagre a aspiração dos dignos habitantes do Prata.
Constituir, porem, o projectado município com uma só freguezia, que seja retirada do município de Itabira, é praticar uma verdadeira violência, consumar uma grande injustiça, reduzindo-se á perfeito cadáver o já tão despauperado município.
Todos sabem que, segundo os dados fornecidos pelo arrolamento da população, o município de Santa Barbara attestava um excesso de população sobre o de Itabira.
Todos sabem que, mesmo assim, formou se o prospero município de Sant’Anna de Ferros com as joias de Itabira: -as freguezias de Ferros, Sete Cachoeiras e Joanezia – a sua melhor parte pela população, pela riqueza. Como, pois, se pretender tirar ao mesmo as freguezias de Lagôa, Alfié e Dionizio? A que fica reduzido?
É impossível que as freguezias da cidade, Carmo, S. Miguel e Antonio Dias, as treis ultimas pobres e de população escassa, possão firmar a estabilidade do município e garantir independente e honesta posição embora modesta aos empregados e funcionários de justiça, que vêem os seus officios divididos, sem garantia dos direitos adquiridos que lhes foi assegurado pelos poderes supremos da Republica.
Não acreditamos que tal atentado se realize e muito menos que o golpe seja desfechado sobre a Itabira com o apoio e influencia do distincto e nobre cavalheiro o honrado Coronel João Gualberto Martins da Costa que se acha vinculado neste torrão pelos mais sagrados laços de sangue e amizade, laços em que o tracto do tempo e cultivo das relações, dia em dia, vão estreitando”.

(Transcrição literal com a ortografia e vocabulário originais).

CASOS & CAUSOS

XIXI   NA   CAIXA D'ÁGUA

      Mais ou menos em 1967 estávamos comemorando o aniversário de Maria do Carmo de Vicente Sales no Jirau (em cima do hoje Supermercado Fraga). Era uma turma, Chico e Zé Silvério de Zinho, Carlos Banico, as amigas de Do Carmo, Sô João Santana, Cláudio Mendes e outros. A aniversariante trouxe um bolo da casa dela e o Zé Silvério andou passando "glacê" (cobertura branca do bolo) na cara de alguns e foi uma zoação geral.
      Entre o Jirau e a Lanchonete que havia embaixo, existia  uma sobreloja onde tinha uma grande caixa d'água de alvenaria que alimentava a Lanchonete do andar térreo.
      Na hora de irmos embora, alguém, para retribuir o glacê  na cara, jogou o Zé Silvério dentro desta caixa d'água . Mas ele não achou ruim, até gostou e ficou lá. Incitado a sair para irmos embora, ele falou: "Calma, a cerveja fez efeito, to acabando de fazer xixi".
      Aí o Quiquito ( das Palmeiras ),  que era o gerente da lanchonete gritou lá de baixo :
      "Puta merda, cês cabam comigo, esta água é para lavar os copos aqui embaixo !... "

Duvidou ? - Pergunte ao Gelinho Rosa.

CASOS & CAUSOS

CASAMENTO NA POLÍCIA

Na década de 50 a Prefeitura era um prédio antigo ao lado do posto dos irmãos Fernandes. No andar térreo funcionava o Cartório do Sô Abdon Duarte e acho que também a Delegacia de Polícia.
Pois bem, o Prata era a rota dos caminhões (international, NV) que transportavam carvão de Dionísio (Ponte Alta) para a Belgo Mineira em João Monlevade.
Um rapaz que fazia este percurso como motorista de um destes caminhões, começa a namorar uma moça no Prata  e a engravida. Naquela época era complicado. O Pai da moça vai a Delegacia, conversa com um Tenente, que à época respondia pelo cargo de Delegado;  e que era muito católico, acho que até era congregado mariano. O Tenente chama o rapaz e informa que o pai da moça queria que ele casasse. O rapaz relutou, mas, em terra estranha, não teve outra saída. Como disse anteriormente , ao lado funcionava o Cartório Civil do Sô Abdon Duarte e alguns dias depois, papéis prontos, 10h da manhã desce o rapaz do caminhão;  ele todo sujo de carvão e o caminhão     
carregado, entra no cartório, onde o aguardavam a moça e os familiares dela, casa  no papel (tudo direitinho) e sai.
A moça vai  correndo atrás dele e pergunta para onde eles iriam?
Ele respondeu:
"Eu vou para o depósito da Belgo descarregar o caminhão. Você pode ir para onde quiser. Seu pai queria que eu casasse, casei!..."

Obs.: Nunca mais se teve notícia dele depois deste dia.