Wednesday, September 28, 2016

HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS DORES, PROGRESSO CONTÍNUO

Texto Guido Motta

Localizado bem no Centro de São Domingos do Prata, o Hospital Nossa Senhora das Dores teve origem em 1895, quando foi extinta uma sociedade protetora de crianças e seus sócios, à frente Francisco Soares Alvim Machado, seu fundador, e presidida pelo Dr. Caetano Marinho, doaram seus recursos para construção de uma Casa de Saúde. Os esforços de Padre Antônio Cordeiro Abrantes e do médico Dr. José Vicente de Souza Neto estão registrados no arquivo público mineiro, revista de 1896.

Em 1926, o Dr. Edelberto de Lellis Ferreira comprou, por vinte contos de réis, o prédio do antigo Colégio das Irmãs. Em 1927, já consta dos arquivos do hospital a primeira prestação de contas.

Cerca de trinta anos mais tarde, graças à ação do deputado Pe. Pedro Maciel Vidigal, junto ao governo de Juscelino Kubitschek, e atendendo pedido de seu amigo e compadre, Dr. José Mateus de Vasconcelos, conseguiu-se verba para construção do novo prédio, no mesmo local do antigo colégio. Nesta época, o provedor do hospital era José de Castro Drumond, Zinho. No princípio de 1960 era inaugurada a nova casa.

A partir daí, foi um constante progresso na área médico-hospitalar. Evoluíram o Centro Cirúrgico, a Maternidade, a Pediatria e as Enfermarias. O trabalho constante e persistente já vinha sacrificando há anos o médico Dr. José Matheus de Vasconcelos. Agora, o novo hospital exigia cada vez mais a assistência. Chegou-nos então, Dr. Nilton Generoso Coelho, cirurgião responsável pela montagem do Centro Cirúrgico. Pela primeira vez, em nossa cidade fizeram-se cesarianas, cirurgias de apendicite, estômago, etc. A ampliação do serviço foi possível devido ao voluntário serviço de pratianos como José de Castro Perdigão ( o nosso  Nô Barbeiro ), Arthur Furtado Gomes, Rubens Zanetti, Guido Motta e muitas outras pessoas. Além disso, aqui chegaram as Irmãs da Beneficência Popular.

Dr. Nilton Generoso, entusiasta, cirurgião, proctologista e clínico geral, trouxe-nos um novo alento e o Dr. Matheus desdobrou-se. Não foi fácil a vida do antigo e tradicional médico. Artífice do novo hospital, conseguia verbas federais junto ao então deputado Pe. Pedro Maciel Vidigal, que ensejaram a construção de alguns hospitais, todos mais ou menos padronizados e condizentes com as cidades a que serviram. Nova Era e Calambau foram beneficiadas e o nosso Prata viu inaugurada a fase da modernidade e assistência.

Equipar, aparelhar, montar e manter o serviço era um gigantesco esforço. Dr. Nilton propunha equipamentos, Dr. Matheus buscava recursos. Assim caminhamos para os primórdios da década de 60,  principalmente 60, 61, 62. Foi então que se iniciaram as grandes cirurgias acima relatadas.

Lógico, foi necessária a montagem de um laboratório e o farmacêutico e bioquímico Guido Motta, o fez com seus próprios recursos, estabeleceu um comodato com o hospital, além de responder pela farmácia da instituição. Os primeiros hemogramas, dosagens bioquímicas, banco de sangue e outras atividades, datam daquela época, 1961. A estrela do Dr. Nilton brilhava forte e o levou para Belo Horizonte, onde se tornou professor. Sua clientela pratiana fez o "gáudio", como dizia ele, e sua competência se espalhou pela grande capital.

 O Dr. Matheus cada vez mais assoberbado fez o que pôde. felizmente, em 1966, outro grande benfeitor do hospital veio em socorro daquele a quem o carinho pratiano não cansou de afagar. Notável a participação das irmãs da beneficência de Alvinópolis nesta época. Quando o Dr. Antônio Lopes de Carvalho chegou, trouxe-nos a mesma devoção do seu antecessor. Ele remodelou serviço cirúrgico, as clínicas, às vezes com recursos próprios e estimulou cada vez mais a todos nós. As irmãs da beneficência, como que criando alma nova, foram à luta. Irmã Torres, Irmã Geralda, Irmã Maria, Irmã Amélia e outras, trouxeram o toque do piedoso e devoto atendimento aos pobres. Lógico, nunca faltaram a devoção e o amor de Pe. Antônio, Frei Thiago e todos os párocos que por aqui passaram.

2ª ETAPA

Como um despertador para a modernidade, nosso hospital resultou do esforço de muitos pratianos.

Notável, como que admirando a obra moderna, lá estão a Farmácia de Nilo Barbosa e o Sobrado de Antônio Pedro Braga, de memória gloriosa em nosso passado colonial.

Em 1968, a inusitada morte de Dr. Matheus baqueou-nos. Foram dias dificílimos. Mas, como novo timoneiro, Dr. Antônio tocou o barco, e ajudados por todos, pudemos então construir a nova ala, a ala oeste, tempo em que pontificou a boa vontade da Prefeitura, irmãs, Conceiçãozinha; e , praticamente aumentamos em 60% a disponibilidade do atendimento. Crescemos todos.

Com a entrada do Dr. Antônio na política, ficou ainda mais fácil o apoio e solidariedade do poder público, até hoje notável através de verbas, incentivos e serviços em geral. É de se salvar, honrar e dignificar o trabalho voluntário de muitos. Entretanto não poderíamos esquecer : Tone Mendes ( Ex-Provedor ) Nô Barbeiro, Arthurzinho ( Professor Arthur), Goar Fernandes,   Geraldo Jorge, Fábio Drumond e outros.

O que agora inauguramos é, na verdade, a continuidade de um esforço que conhecemos como: " O Prata faz bem feito", que o Dr. Francisco abraçou e tem ampliado.