Monday, March 13, 2017

PESCANDO O BEM

Quando algo me incomoda ou alegra-me , venho para o meu canto e ponho-me  a escrever. É minha forma de purificar-me internamente.

Vamos ser realistas, em política, principalmente durante as eleições, não é incomum colocar defeitos no adversário, defeitos estes  que ele não tem; bem como alardear qualidades ao seu candidato preferido, qualidades estas que ele também não tem.


Contudo no cotidiano da vida,  não agimos assim, graças a Deus.


De quando em vez algo se nos acontece que nos leva a refletir sobre nosso comportamento.


Normalmente falo com meus irmãos e filhos, fiquem tranquilos não esperem de mim um comportamento belicoso, não me faz bem desentender-me com alguém por "muito", que dirá por "pouco". Aliás sempre percebi que meu pai era assim.


Ás vezes brincava : "se tivemos o Ghandi para nos espelharmos, por que o Hitler ?"


E assim vamos levando esta vida que Deus nos deu. Há algum tempo o meu saudoso irmão Reinaldo ( o Pinguela) insistia comigo para  fosse com ele e seus amigos ao Pantanal (pescaria). Eu enrolava e dizia para ele que não era bem minha praia. Em sua última ida neste famoso e tão esperado passeio, ele voltou dizendo :


"Petrônio, acho que agora você vai topar, a turma é muito boa. Conheci o Nestor, um juiz aposentado, você por ser advogado deve conhecê-lo também". E foi enumerando os dotes espirituais e o perfil físico de seu novo amigo, na tentativa de descrevê-lo pra mim. Puxei pela memória, o nome não me era estranho, e lembrei-me de que já feito uma audiência sob a presidência dele. E depois, outras informações completaram a qualificação e identificação do seu novo amigo.


Pois bem, para nosso infortúnio ele não pode voltar ao Pantanal, acometido de doença, viemos a perdê-lo prematuramente.


Algum tempo depois encontro-me com o Dr. José Nestor, através do primo Taco que com ele estava na Pracinha do Hospital e mais alguns amigos e certamente pescadores. O Nestor é uma pessoa com alto poder de comunicação um "lord" de fino trato,  um  "gentleman"; o que faz com que todas as vezes que visita nossa cidade, muitos vão ali cumprimentá-lo, fato que por si só definem o novo amigo de quem meu irmão, tão entuasiasticamente,  havia me falado.


Recentemente, precisamos de um apoio para alguém da nossa família, que acidentado, necessitou de séria intervenção cirúrgica na área de ortopedia.

Estávamos ansiosos por uma boa recuperação no pós operatório, não me contive e dirigi-me ao Nestor, que era pai do médico cirurgião, porque queríamos algumas informações complementares que certamente ajudar-nos-ia a lidar com a situação. Existe um comentário bíblico em que se argumenta que podemos falar ao "Senhor Jesus" diretamente sem intermediários; contudo,  pensei, quantas causas e pedidos foram atendidos por pedidos feitos a Maria (Nossa Senhora) ou São José. Lembro-me bem de que a minha mãe ou meu pai quando me pediam para cuidar de algo para uma pessoa, aquilo no meu íntimo virava compromisso. Qual filho não se preocupa em atender ao seu pai ou a sua mãe?

E assim com tudo bem encaminhado, fiquei a filosofar como a vida é interessante, como a amizade sincera, a fraternidade, a generosidade são importantes em nossa vida.


Não pude deixar de pensar e conclui: "Perdi um irmão mais jovem pelo fator da vida chamado o imponderável,  que nos faz impotentes; mas seu modo de viver, brincar e participar da vida, havia me proporcionado a chance de conhecer o Dr. Nestor, um novo amigo, que já chegou com as credenciais que mais admiro no ser humano: a capacidade de compaixão, de ser não só útil, mas tornar-se imprescindível ".


Por isto Nestor, estou aqui tirando meu velho e simples chapéu de palha em forma de reverência e com a mão direita aberta sobre meu coração.


Os filhos são observadores dos pais, certamente o Dr. Thiago (seu filho) faz isto com sabedoria e aplica em sua vida profissional e pessoal.


É a chamada educação de berço.


Suave abraço de gratidão.